quarta-feira, 15 de abril de 2015

CELSO BARROS QUER SER PRESIDENTE DO FLU E CONVIDA ABEL PARA VOLTAR EM 2017

Presidente da Unimed-Rio, ex-patrocinadora tricolor, pretende concorrer na próxima eleição do clube. Treinador apoia a candidatura e já disse “sim” ao chamado

Por Rio de Janeiro
A dupla Celso Barros e Abel Braga pretende voltar ao Fluminense em 2017. Na noite desta terça-feira, o presidente da Unimed e o treinador jantaram juntos no Leblon, Zona Sul do Rio. Eles tiveram a companhia de Sandro Lima, o Sandrão, vice de futebol tricolor entre maio de 2011 e setembro de 2013. Na mesa, o assunto principal foi a ideia de candidatura de Celso à presidência do clube na eleição de 2016, quando chega ao fim o segundo mandato de Peter Siemsen. No encontro, Abel foi convidado a fazer parte do projeto de campanha e a voltar a comandar o time a partir de 2017, no caso de uma eleição de Celso Barros.
- Estamos conversando. Se a gente discutir mais à frente a possibilidade da minha candidatura, a gente vai discutir. Certamente, se isso acontecer, o Abel é um nome que a gente tem um carinho enorme, profissional extremamente competente. Estamos discutindo a possibilidade dele voltar para o Fluminense em 2017, caso se concretize. Eu quero ver o Fluminense forte – disse Celso.
Sandro Lima, Abel Braga, Celso Barros; Fluminense (Foto: Arquivo Pessoal)Sandro Lima, Abel Braga e Celso Barros se reúnem em jantar na Zona Sul do Rio de Janeiro (Foto: Arquivo Pessoal)

Pego de surpresa com o chamado para o jantar e com o convite, Abel, campeão carioca em 2005 e 2012 e do Brasileiro em 2012, disse que aceita.
- Isso começou do nada, veio o papo de que vou para os Emirados Árabes (provavelmente em julho). O Celso falou que vem como presidente em 2017 e com ele eu volto. Ganhamos, fomos campeões brasileiros e estadual juntos, fizemos boa campanha na Libertadores. Talvez até encerre (a carreira) no Fluminense com ele. Ainda falta um bom tempo, mas ele está bem, com ideia muito forte de ser presidente do clube. Acho legal porque ele viveu esses anos todos que a Unimed colaborou muito no Fluminense. E ele tem experiência, é o que vai estar na frente. Era o patrocinador master, mas não era o mandatário. Agora vai ser mandatário. O Celso é um grande gestor – afirmou o treinador.
Na conversa por telefone com o GloboEsporte.com, Celso falou sobre o momento do Fluminense sem o suporte financeiro da Unimed. Criticou Peter Siemsen, o vice de futebol Mário Bittencourt e foi ácido até com o atacante Fred.
 Nunca vi o Fred jogar tanto como agora. Nos outros campeonatos, se machucava muito. É interessante.
Celso Barros
 - Tudo que o presidente Peter e o Mário Bittencourt querem é desconstruir o que a Unimed fez ao longo desse tempo. Eles querem ganhar o Carioca, acho legal, nós ganhamos três, mas querem dizer que sem a Unimed conseguem ganhar o campeonato. Vou ficar muito feliz se o Fluminense vencer, mas parece que querem trabalhar isso. Nunca vi o Fred jogar tanto como agora. Nos outros campeonatos, se machucava muito. É interessante. O Fluminense, em outras épocas, disputava a Libertadores e o estadual. Hoje, só disputa o estadual e terminou em quarto (na fase classificatória). Fazem o discurso hoje, mas quem trouxe o Fred não foi o Mário ou o Peter. Fomos nós em 2009. Eles não fizeram nada disso. Agora, estão curtindo isso e fazendo essa graça de que o Fred ama o Fluminense. Fico muito feliz que ele ame, mas quem trouxe o Fred fomos nós. Foi a parceria. Vamos torcer para que o Fluminense consiga o resultado, mas vamos parar com mentiras ou farsas. A direção do Fluminense hoje caminha dessa forma.
A parceria entre Fluminense e Unimed chegou ao fim em dezembro do ano passado por decisão da cooperativa de médicos. Celso Barros alegou "revisão da estratégia de marketing da empresa." A Unimed passava por problemas financeiros, e ele vinha sendo pressionado pela oposição para justificar os gastos com o patrocínio.
A figura de Celso Barros se confunde com a imagem do clube. Ele participava de conversas com jogadores, aparecia em fotos de comemoração de títulos e, principalmente, bancava de 50% a 80% dos direitos de imagem dos atletas, o que possibilitou contratações caras, casos, por exemplo, de Fred e Conca.
A interferência de Celso no futebol gerou algumas discussões internas entre grupos políticos. E, no segundo mandato de Peter Siemsen no Fluminense, a relação ficou quase insustentável. Uma crise na empresa agravou a situação, e as primeiras negociações para a remodelagem da parceria para 2015 previam a redução do investimento, apenas com o comprometimento de pagamento dos contratos vigentes dos atletas.
Com o rompimento, os contratos pagos pela empresa que estão em vigor não foram honrados. Sem a maior parte do salário, o meia Darío Conca, por exemplo, deixou o clube para voltar ao futebol chinês. Com outros atletas, casos de Fred e Wagner, a diretoria tricolor teve de renegociar salários para compensar a perda financeira.
A parceria entre Fluminense e Unimed começou em 1999, quando o clube disputou a Série C. Desde então, o Tricolor ganhou a Copa do Brasil de 2007, foi vice da Libertadores em 2008 e levou dois Brasileiros (2010 e 2012), entre as principais conquistas. Tem ainda três edições do Campeonato Carioca (2002, 2005 e 2012).
Reeleito em fevereiro de 2014, Celso Barros tem ainda mais três anos de mandato na cooperativa de médicos, até 2017. Em março deste ano, a chapa do presidente da Unimed-Rio foi derrotada na eleição do Conselho Fiscal da empresa. Foi a primeira derrota de Celso após 21 eleições com vitória (cinco para presidente e 16 para o Conselho Fiscal), em 16 anos de gestão. A vitória da oposição aumentou a discussão sobre as contas.
FONTE: GLOBOESPORTE.COM
DIVULGAÇÃO: Blog Dudé Vieira.

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