Com 110 caminhões ao dia, descarga de areia e pedras cobre 70% do terreno. Solo será estabilizado em setembro, e outubro é o mês de instalação de estacas
Cada dia é uma novidade, mas 70, completados nesta segunda-feira, representam grande transformação. É o que acontece em uma área de 39,6 mil metros quadrados da Barra da Tijuca, no Rio. De inóspito a aterrado, o local começa a ganhar forma. A tirar do papel o sonho do Centro de Treinamento do Fluminense. E de forma rápida. Com 70% coberto por areia e pedras, o cronograma, com controle de gastos, enche de expectativa: as obras de construção física devem começar em novembro.
Não é um trabalho fácil. Exigiu estudo prévio, de cerca de um ano, e necessita dedicação - desde o dia 18 de junho, a data de começo das atividades. Um pouco de sorte ajudou. Cedido pela prefeitura, o terreno é o retrato típico da região: planície baixa com vargens. Ou seja, instável. A profundidade máxima, porém, chegou a 60cm - áreas ao lado têm até 3m. Assim, aterrar ficou mais fácil.
- Costumo dizer que Deus e o prefeito nos ajudaram. O cenário poderia ser muito pior - conta Pedro Antônio Ribeiro da Silva, vice de Projetos Especiais, responsável pela construção do CT.
Passada a fase de identificação e reconhecimento, o Flu passou à prática. Com areia e pedras doadas de outras construções, o custou caiu: a primeira fase, de preparação do terreno, foi estimada em R$ 20 milhões, mas foi revisto para R$ 8 milhões e, dada as doações, é estimada em R$ 5 milhões. Há investimento apenas para transportar o material. O descarregamento, feito em média por 110 caminhões ao dia, cobriu 70% do local. É o chamado aterro de conquista, previsto para terminar até o fim do mês.
Em setembro, será feita a estabilização do solo. É necessário que ele fique a 3,5m acima do nível do mar, uma regra do poder municipal. Outubro é para as primeiras estacas começarem a ser instaladas, o que permite, em novembro, começar a construção física. Algo que, de acordo com o clube, torna verossímil cumprir a promessa de inauguração em 2016, inclusive cedendo o local para treinos dos Jogos Olímpicos.
- Estamos no prazo, inclusive de inauguração. É totalmente viável - garante Pedro Antônio.
Para evitar futuros problemas de estabilidade, como os ocorridos, por exemplo, na Vila Pan-Americana, que fica do outro lado da Avenida Ayrton Senna, o Flu se precaveu. Paralelamente ao aterro, a área foi totalmente cercada por pedras. O solo, então, não poderá se deslocar. E, com a construção de uma rua nas proximidades, em parceria com Sesc e Senac, será possível ter uma tubulação para escoamento de água ao Arroio Fundo.
Mas de onde saiu o dinheiro? Sem verba, o presidente Peter Siemsen aceitou que Pedro Antônio bancasse a obra. Pelo acordo, o dirigente tem um teto de R$ 4 milhões para gastar nesta etapa de preparo do solo - uma comissão, a ser constituída no clube, fará o controle dos gastos. Terá o retorno, com juros da Taxa Selic, ou com a venda de algum jogador - o que ainda não ocorreu. Caso a verba seja insuficiente, o clube buscará doações estuda parceria com ações de marketingpara arrecadar dinheiro.
O CT do Flu terá três campos oficiais, área de suporte (lavanderia, garagem, depósito para materiais) e área do futebol (vestiários, departamento médico, fisioterapia, musculação, piscinas e recuperação dos atletas). Um custo total de R$ 21 milhões. A área de hospedagem (hotel, estrutura administrativa do futebol, sala de imprensa e refeitório), conhecida por torre de cinco andares, ficará para ser construída em um segundo momento. Aí, o valor da obra sobe para R$ 45 milhões.
FONTE: GLOBOESPORTE.COM
DIVULGAÇÃO: Blog Dudé Vieira.
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