O Tricolor.com - Blog Marcelo Savioli
Enquanto você se revolta com a “imposição” do Celso Barros, enquanto você xinga por dentro o Renato Gaúcho e se convence definitivamente de que o presidente do Fluminense é um banana, o senhor Juca Kfouri, claro, com título triunfalista, anuncia mais uma pérola de incoerência escrita por um novo messias da arte jurídica. Agora sim a Portuguesa está salva ( o infame Fluminense cai ), conclui o defensor da moralidade de meia pataca ao apresentar mais uma fraude digna de ser desconstruída por uma criança de dois anos. A claque aplaude e parabeniza.
Meus amigos, minhas amigas, não saiam do campo de batalha! Tenho dito insistentemente que essa guerra levará semanas, meses, talvez anos. Ela é muito maior do que aparenta e pode levar o futebol brasileiro finalmente a um patamar moral do qual possamos nos orgulhar.
A prestensa briga entre Celso e Peter por causa de Renato, ao meu entender, não passa de uma tese tomada como verdade. Uma tese oportuna e conveniente para o momento, tanto quanto a vilanização do Flu no caso Lusagate. Aliás, a “imposição” de Renato por Celso Barros saiu do mesmo forno do qual veio a engenhosa versão contemporânea de Davi x Golias.
Afinal, amigos, matérias não acompanhadas de qualquer declaração, do mínimo depoimento que seja, são, por si só, suspeitas. Qual é o grande inimigo do Fluminense no nosso imaginário na atualidade? A imprensa esportiva, certo? Enquanto reconhecemos tal inimigo, iremos combatê-lo. Aí surge a notícia da contratação do Renato Gaúcho e, de forma surreal, porque é surreal mesmo, as matérias vêm carregadas de uma mensagem negativa. Reparem que o O Tricolor.com, na madrugada de sábado, publicou a notícia aludindo ao retorno de um ídolo, do cara que nos deu um título histórico como jogador e outro como treinador. Um cara que levou o Fluminense a sua melhor campanha na Libertadores em 2008. Na sala ao lado a matéria quase que não era a volta de Renato, mas a humilhação institucional sofrida pelo Fluminense imposta pelo vilão Celso Barros e sua impiedosa Unimed. Que oportunidade perfeita para desviar a ira dos tricolores, que não param de perturbar, ridicularizar e desmoralizar na rede os falsos senhores da moral de meia tijela!
Quem acompanha esta coluna sabe que tenho sido, e não é de hoje, um dos mais sistemáticos criticos ao modelo torneirinha dessa parceria, que evoluiu muito nos últimos anos. Não tenho a menor dúvida de que a ingerência sempre estabanada de Celso foi um dos grandes artífices desse ano triste que vivemos, mas apenas um deles.
No momento em que o presidente Peter Siemsen foi eleito e reeleito com o apoio do modelo, é porque está de acordo com ele. Em nenhum momento vi o presidente do Fluminense reivindicar o controle da parte da grana que é por direito do Fluminense, muito pelo contrário. É claro que existem discórdias! Não pode haver harmonia permanente num modelo anárquico como o do futebol do Fluminense. A questão é que anárquico sim, porém milionário e é isso que incomoda muita gente, logo, essa gente quer que nós nos voltemos, não contra o modelo, mas contra a patrocinadora.
O advogado Sestário falou que tem os seus extratos telefônicos e pode provar que a Lusa sabia que Héverton estava irregular. Alguém publicou uma linha sobre o assunto, exceto os poucos que têm interesse de fato em esclarecer as coisas? O torcedor do Palmeiras alardeia aos quatro cantos que ouviu do Héverton que ele próprio sabia que estava irregular e foi obrigado a jogar pelo presidente. Ele também garante ter a prova. Ninguém se interessou, exceto aqueles que desejam que a verdade apareça. Ninguém disse nada sobre discórdia ou imposição no Fluminense, mas isso eles publicam, alguns apenas repetindo feito papagaios o que a central nacional de mentiras espalhou.
Bom. Vocês certamente devem querer saber o que eu penso da contratação do Renato Gaúcho. O que eu posso dizer é que já vi Renato colocar Zé Roberto e Elano no banco. Esse é, para mim, um ponto positivo, porque o Fluminense presica de um treinador que, certo ou errado, se imponha às potestades das Laranjeiras. O meu temor é que passemos mais um ano, ganhando ou perdendo, vendo um futebol esteticamente desprezível, como o que temos visto, já que o Portalupi parece ter se tornado um retranqueiro. No mais, sinceramente, do fundo do meu coração, o que vai fazer a diferença não é o treinador, mas a dinheirama da Unimed e um planejamento correto. A única coisa que eu sei é que vamos ter um time de meter medo nas criancinhas, mas muito medo mesmo, pavor, horror, congelamento muscular. É por isso que eles tão desesperadamente querem nos mandar para a série B. Estava tudo armado, mas a casa caiu.
Em 2010, em minha coluna no célebre Canal Fluminense, eu adotei o samba da União da Ilha como trilha sonora do Brasileiro. “Será que eu serei o dono dessa festa”, diz um dos versos mais emblemáticos de tudo aquilo que vivemos.
Agora eu quero propor uma trilha sonora, mais uma vez recorrendo a um samba enredo, para esse roteiro de horrores que estamos presenciando nesse final de ano no futebol brasileiro, o caso Lusagate. Vejam se não foi feito sob medida!
FONTE: Blog Marcelo Savioli
DIVULGAÇÃO: Blog. Dudé Vieira.