Depois de cumprir suspensão contra o Grêmio, atacante mira o Atlético-MG, ironiza reclamações dos rivais e assume dificuldades com a perna direita
Por Edgard Maciel de Sá Rio de Janeiro
A confiança é a mesma, mas o espaço no coração do torcedor tricolor aumentou. No início do ano, Wellington Nem voltava ao Fluminense depois de brilhar com a camisa do Figueirense no último Campeonato Brasileiro. Em uma de suas primeiras entrevistas, deixou claro que queria se destacar no clube para realizar o sonho da família tricolor e até mesmo imaginou uma dupla de sucesso com o capitão Fred. Pouco mais de dez meses depois, os desejos do camisa 18 já viraram realidade. Após cumprir suspensão contra o Grêmio, ele volta ao time titular no próximo domingo para enfrentar o Atlético-MG, às 16h (de Brasília), no Independência, no jogo que vem sendo tratado nas Laranjeiras como a final antecipada do Brasileirão.- Nem esquentamos. O choro é livre. Deixa eles chorarem à vontade. O importante é que estamos na ponta por méritos, por termos um elenco de qualidade, entrosado... Não estaríamos na liderança se não fossem todos esses fatores. Se não jogassemos o nosso melhor futebol em campo a história seria diferente. Precisamos continuar jogando com a mesma vontade para mantermos essa posição. Todos sabem que esse jogo contra o Atlético-MG será uma decisão. Qualquer ponto conquistado vai ser muito importante para o objetivo de sermos campeões. O time deles é bom. Acho até que no primeiro turno fiz contra eles uma de minhas melhores exibições no campeonato - resumiu Nem, sempre acompanhado de perto por dois de seus principais incentivadores: o pai, Juarez, e o amigo Valdeir, o Valdeca.
Para alcançar a posição de destaque do principal candidato ao título brasileiro, Nem precisou superar a concorrência de jogadores mais conhecidos, como Rafael Sobis e Rafael Moura, por exemplo. Em quatro meses de Laranjeiras, já era titular e peça-chave do esquema do técnico Abel Braga. Com muita velocidade, persistência e alguns gols, o jogador conquistou seu espaço no elenco, mas não pensa em deixar o Fluminense tão cedo nem mesmo com a iminente conquista do Brasileirão. No início do ano, o atacante já havia recusado uma proposta de 4,5 milhões de euros (cerca de R$ 10,8 milhões) do CSKA-RUS.
- Sempre confiei em mim. Sabia que se me dessem uma oportunidade eu não sairia mais do time. Agora tenho que continuar mostrando quem é o Wellington Nem. A disputa é grande e não posso relaxar. Hoje não tenho esse pensamento de ir para a Europa. Meu contrato vai até 2015 e quero cumpri-lo. Sonho ganhar o Brasileiro, a Libertadores, o Mundial... Quero fazer história no clube para ser lembrado quando for velho. Marcar meu nome mesmo. Estou muito feliz no Fluminense. Aos poucos realizou o sonho da minha família e meu também de jogar no clube do meu coração. Gostei de ser campeão jogando e quero mais. Não imaginava ganhar logo no meu primeiro ano o Carioca. Imagina então o Brasileiro? - indagou.
O status no elenco mudou, mas a timidez continua a mesma. Segundo Nem, a vergonha e consequente dificuldade de se expressar diante das câmeras ele puxou da mãe Márcia. Nada que o impeça de atender os torcedores que constantemente o param na rua perguntando se ele é Wellington Nem do Fluminense. De bem com a vida e em boa fase, a única coisa que incomoda o camisa 18 no momento é uma tendinite no joelho direito. O problema acompanha o jogador há alguns meses e o leva a priorizar ainda mais os toques e chutes com a perna esquerda, a famosa perna boa.
- De vez em quando atrapalha para correr. Ainda mais no segundo tempo, quando estou mais cansado. Chego mais cedo no treino para tratar, para acabar de vez com essa dor. Teve uma semana que ela sumiu, mas agora voltou a incomodar. Estava até comentando outro dia que me arrependo de não ter treinado a perna ruim na base. Trabalhando desde o mirim, estaria bem melhor hoje. Venho treinando chutes de longa distância com a direita para melhorar meu aproveitamento nos jogos - revelou.
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