Menino veste camisa que ganhou de Deco
(Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)
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M. passou a tarde inteira da última quarta em frente ao portão de entrada dos carros dos jogadores nas Laranjeiras. Contou sua história para alguns funcionários do clube, que repassaram para os jogadores. O primeiro a ouvir foi Edinho, que chegou a oferecer R$ 200 para ajudá-lo. O menino não aceitou. Dizia que queria apenas a oportunidade de realizar um teste. Deco então resolveu parar e escutar o que o menino tinha para dizer.
O jovem contou que não conseguiu chance de mostrar seu futebol em Barra de São Francisco, cidade onde nasceu e foi criado no Espírito Santo. Com isso, disse ter fugido de casa escondido em um ônibus e sem avisar a sua mãe. Em Colatina, o motorista descobriu o esconderijo e o expulsou. O aspirante a jogador contou sua história para os demais passageiros que se uniram e pagaram a passagem para o Rio de Janeiro. Ao chegar à cidade na semana passada, disse que acabou assaltado.
Desconfiado ao ouvir a história, Deco pegou o telefone e entrou em contato com a família de M. Para não fazer estardalhaço, se identificou como "Anderson" e ouviu da mãe do menino que tudo era verdade. Por mais de uma vez, Deco disse que estava tudo bem e pedia calma à mãe do garoto, que acompanhava o diálogo com as mãos fechadas na altura do queixo demonstrando ansiedade.
- Eu vou ajudar, fique tranquila - dizia Deco, que só foi se identificar como jogador do Fluminense na hora de se despedir.
Após o diálogo, o camisa 20 tricolor colocou M. no telefone. Pelo que contou o garoto, que sonha ser meia como o próprio Deco, era o primeiro contato em pouco mais de uma semana. Emocionado, ele tranquilizou a mãe e disse que está mais perto do sonho.
- Fica tranquila. O pessoal no Fluminense é muito legal. Eles me ofereceram dinheiro, mas eu não queria. Meu sonho é ser jogador, e o Deco acreditou. Ele vai me ajudar. Vou provar para todo mundo que ria de mim que posso jogar futebol - disse M. ao telefone.
M.T. com o chinelo do Flamengo
(Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)
(Foto: Rafael Cavalieri / Globoesporte.com)
- Ele disse que joga para caramba, não é? Vamos ver então - disse rapidamente antes de entrar com o garoto em seu carro para levá-lo ao seu apartamento.
Antes das Laranjeiras, M. tentou o Flamengo
O Fluminense não foi a primeira opção do adolescente. Antes de tentar a sorte nas Laranjeiras, ele foi até a Gávea, sede do rival Flamengo. Chegando lá, não teve acesso aos jogadores. Com apenas a roupa do corpo, já que disse ter sido assaltado na rodoviária, ganhou de funcionários do clube um par de chinelos e uma camisa.
A camisa, por sinal, rendeu uma situação inusitada. Para poder contar sua história para os jogadores do Flu, M. teve de vestir o uniforme rubro-negro do avesso, já que nas Laranjeiras é expressamente proibido o uso de uma camisa do rival. Ele ainda ouviu piadinhas enquanto relatava sua saga.
- Agora teu time é Fluminense. Olha o teu padrinho - brincou um funcionário do clube.
FONTE : globoesporte.com
DIVULGAÇÃO: Blog. Dudé Vieira.
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