No último dia 16 de fevereiro, quando o Fluminense estava quase sendo eliminado da Taça Guanabara, fiz uma postagem aqui no NETFLU como o título de “Quero também ser campeão carioca!”. Nela fazia críticas contundentes ao Abel e cheguei até a sugerir a sua demissão. Estava errado? Sim estava, pois com o Abel o Fluminense acabou sendo campeão carioca. Estava certo? Talvez também estivesse, pois são inúmeros os casos de treinadores que são contratados em meio a uma competição e fazem o time jogar melhor. Foi este o caso do Cuca, que substituiu Renato Gaúcho em 2009 e livrou o Fluminense do rebaixamento. Assim sendo, nunca vamos saber o que aconteceria se houvesse uma troca de treinador.
De qualquer forma, o importante é que o Abel foi aos poucos fazendo tudo – ou quase tudo – o que os tricolores pensantes queriam e que só ele não enxergava. Ou seja: efetivou Wellington Nem, barrando o Sóbis, e, com a contusão de Edinho, escalou também o Valencia. A entrada desses dois jogadores foi vital para que o time – depois da postura honrosa do Vasco que não entregou seu jogo para eliminar o rival – crescesse de produção e conseguisse vencer o próprio Vasco por 3 a 1 e o Boca Juniors por 2 a 1, dois resultados essenciais para que a equipe ganhasse confiança. Com Valencia dando um show de marcação e distribuição de jogo e Wellington voando nos contra-ataques, o Fluminense ganhou consistência e isso facilitou também o trabalho de Deco no setor criativo do meio-campo.
Depois disso, mesmo com a contusão de Nem, de Valencia e mesmo de Deco, alguns jogadores voltaram ao time com outra postura. Foi o caso de Rafael Sóbis que parecia um novo jogador. Passando a atuar com raça e admirável inteligência tática, ele foi vital para que o Fluminense não perdesse a consistência. As circunstâncias também tornaram Jean titular, o que também já era pedido há tempos pela torcida (pensante). Pois seja com Valencia ou Jean (fico imaginando os dois juntos!), o Fluminense ganhou a qualidade que faltava na formação inicial do Abel, que contava com os limitados Edinho (mais) e Diguinho (menos).
O fato é que uma mistura de sorte e competência foi empurrando o Fluminense para frente. Sorte porque tivemos adversários leais (Vasco) e porque a contusão de alguns jogadores obrigou ao técnico fazer as mudanças que saltavam aos olhos de todos os tricolores (pensantes). Competência porque os jogadores que entraram mostraram serviço e deram uma nova dinâmica ao time. E os que tiveram uma nova oportunidade também brilharam. Além de Sóbis, Gum também foi um jogador importante. Zagueiro sem grandes recursos técnicos, ele compensa isso com uma disposição contagiante.
Outros que se firmaram e foram decisivos na conquista do título:
Cavalieri – Tem mostrado segurança e tranquilidade. Melhorou seus reflexos e hoje não traz mais preocupação à torcida.
Bruno – Continua tímido no apoio, mas está mais solto e não compromete.
Thiago Neves – Apesar dos altos e baixos é um jogador diferenciado, que passa bem, dribla bem e chega à área para fazer gols e dar assistências.
Carlinhos – Parece que acordou de um sono profundo e vem marcando bem e mostrando disposição ofensiva.
Fred – Compensa a sua debilidade física com gols decisivos. Vale 700 mil por mês? Pra mim, não. Aliás, fora o Neymar, no futebol brasileiro, nenhum outro jogador mostra futebol pra ganhar tanto dinheiro.
Deco – É o grande craque do time. Só lamento que não tenha chegado mais jovem ao Fluminense. O futebol que pratica está em extinção. Ele é aquele típico camisa 8 que até a década de 80 todo grande time tinha. Hoje virou peça de museu (no melhor sentido da palavra).
Rafael Moura – Em certo momento parecia desmotivado, mas conseguiu marcar gols importantes como o que sacramentou o título e mais uma vitória sobre o Botafogo.
Marco Jr. – Garoto promissor, como o previsto, mostrou que tem um garande futuro pela frente.
Abel – Sua grande qualidade é a de ter conseguido unir a equipe. Não é um estrategista, não é rápido em suas decisões (elas dependem muito mais do acaso), não é um grande armador de time. Mas sem sombra de dúvida é um treinador capaz de montar um grupo homogêneo e fechado. Todos gostam dele e isso ajuda. Na verdade também gosto do Abel. Deve ser um tremendo boa-praça.
Resumo da ópera: agradeço ao Fluminense por mais uma conquista. Tenho um carinho todo especial pelo Campeonato Carioca. Embora não tenha o peso do passado, quando arrastava multidões ao Maracanã, me entristecia ver o nosso rival Flamengo nos tirando uma hegemonia secular. Agora são 32 títulos do Fla contra 31 do Flu. Vamos empatar esse jogo! Quero ser bicampeão carioca no ano que vem!!!
FONTE: NETFLU
DIVULGAÇÃO: Blog. Dudé Vieira.
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