segunda-feira, 7 de maio de 2012

MAGIA E FIM DO ENIGMA:

João Marcelo Garcêz / Blog do Terno e Gravatinha
O Fluminense é o time das decisões.
Deco é o jogador das definições.
Não o que conclui propriamente.
Mas o que define e rege as partidas.
Deco é o maestro do Fluminense.
Time que reserva suas melhores apresentações para os grandes jogos.
Quando foi mesmo que o Flu encantou em 2012?
Está na ponta da língua de qualquer tricolor.
Na decisão da Taça Guanabara, contra o Vasco; no histórico confronto com o Boca na Bombonera; e agora, na primeira da finalíssima do Estadual.
É o fim de um enigma.
Acabou o mistério do time de Abel.
O Flu esconde o jogo, mas quando mais se precisa dele, flui que é uma beleza.
Time de mágicos.
Deco é, disparado, o que há de melhor no Flu e no Rio.
A qualidade plástica de seu jogo soa como música fina.
Sedutor, cativante, colírio para os olhos.
Diante dele até o ex-invicto Botafogo sucumbiu.
A propósito, não estava o Vasco também sem perder até encontrar o Flu na decisão do Primeiro Turno?
Antes, diziam que este Flu não vencia clássicos.
Pois já derrubou dois gigantes.
Depois, que o Flu não ganhava turnos do Estadual.
A Taça Guanabara de 2012 já decora Laranjeiras.
Por fim, que o Flu teria dificuldades num grupo com dois argentinos.
O primeiro lugar geral na Libertadores como resposta.
Respostas que Fred e Rafael Sóbis, legítimos jogadores de decisão, deram a quem nada lhes perguntou.
Porque sequer deu tempo.
Senão para abrir suas bocas desmesuradamente de pasmos.
A bicicleta de Fred, no gol de empate do Flu, só não será retradada em estátua no estádio porque o Engenhão está arrendado ao Botafogo.
Mas bem que merecia o capitão por sua mais nova obra-de-arte (já havia marcado um de voleio contra o mesmo Botafogo, em 2009).

Já Sóbis provou: é o cara. Quer decidir, então entrega pra ele. Tem cheiro de gol.
Mas, cá pra nós, o passe de Deco para o segundo do Flu foi de tirar o chapéu.
Entre dois marcadores, rolou com afeto e açúcar para a corrida de Sóbis.
Lance de uma beleza humilhante, diria Nelson Rodrigues.
Parece fácil, mas só parece. Justo porque sai dos pés deste mostro luso-brasileiro.
O colunista não é adivinho, mas alertou: o Flu levava uma vantagem para este primeiro jogo.
Ótimo que soube aproveitá-la.
A expulsão do lateral alvinegro Lucas também contribuiu, mas não foi determinante.
Porque, contra o Flu, o mortal contragolpe com Maicossuel, Elkeson e Márcio Azevedo inexistiu.

O Flu foi o dono do meio-de-campo em 80 dos 90 minutos do show feérico de Deco, Thiago Neves, Rafael Sóbis e companhia.
Futebol que poria até o Barcelona aos seus pés.
Exageros à parte, o Flu encontrou seu jogo.
Na segurança de Cavalieri e na maestria de seu quadrado mágico.
A serenidade da camisa 1 tricolor é inversamente proporcional ao ímpeto de Neves, Deco, Fred e Rafael Sóbis, também destaque da partida, com dois belos gols e lindas tabelas.
Faltava o de Marco Júnio, já no fim, que deixou o Flu bem mais perto do título.
E infinitamente mais confiante para a guerra contra o Inter, quinta.
Confiança que faltou a Edinho no gol de Renato, lance ofuscado pela goleada tricolor e até mesmo pela recuperação do volante dentro da própria partida.
Abel gostou e deu a entender que Valencia terá que disputar vaga novamente.
Do que discordo, já que o colombiano é muito mais jogador que Edinho.
Comprovada também é a má vontade de parte da mídia com o Tricolor.
Rádios, jornais, TVs… Para a maioria dos cronistas, não há vitória perfeita do Flu.
Show de magia do Engenhão? Nem pensar. O Flu só se agigantou quando o Botafogo ficou com dez, dirão, ignorando o domínio tricolor já desde os primeiros minutos de jogo (décimo em diante).
Muito bom que o time do Flu dê de ombros para tudo isso e continua jogando sua bola outrora enigmática.
Não acabou.
Grandes contagens animam, mas não garantem. No máximo, aproximam.
Já que, unidos, entrelaçados, já estão o coração do time com o da eufórica massa pó-de-arroz.
***

Atual assistente técnico de Marcelo Vieira, técnico do time sub-20, Edevado Cavalo começou nas categorias de base do Fluminense, pelo qual se sagrou campeão estadual em 1980. Nascido em 1958, Cavalo (nesta foto histórica, ao lado do Rei do Futebol, Pelé, e Rubens Galaxe, em amistoso de abril de 1978, contra o Racca Rovers, na Nigéria) ganhou o apelido ao se destacar por seu porte avantajado e invejável resistência física. Chegou à Seleção e disputou a Copa do Mundo de 1982, dirigido por Telê Santana. Em 18 jogos pelo Brasil, marcou um gol (logo em sua terceira participação). Natural de Campos, Edevaldo Cavalo vestiu ainda a camisa de grandes clubes como Internacional e Vasco, com quem conquistou o vice brasileiro de 1984, perdendo a final justamente para o Flu.
Para assistir à entrevista do ex-jogador tricolor com o produtor Valterson Botelho, clique aqui. 

Quinta-feira é guerra!
FONTE: Blog. Terno e Gravatinha / João M. Garcêz
DIVULGAÇÃO: Blog. Dudé Vieira.

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