Dia das Mães sempre é uma data especial. A expressão, mãe é mãe, que pode parecer clichê, explica e resume bem essa nobre relação. No Parque Aquático Jorge Frias de Paula, nas Laranjeiras, Magali e Twila Cremona, mãe e filha, estão diariamente lado a lado comandando os treinamentos das equipes tricolores de nado sincronizado, o que fortalece e estreita ainda mais o laço entre elas. Mas a responsável por isso é a matriarca Edith Cremona, que veio de São Paulo para o Rio de Janeiro em 1948 e, com uma ajudinha do Fluminense, traçou a história de sua família.
Com 91 anos, dona Edith Cremona frequenta o Fluminense desde que chegou de São Paulo em 1948, há 63 anos. Criou todos os seus quatro filhos nas Laranjeiras e logo iniciou seu trabalho no clube realizando grandes eventos.
-Vim de São Paulo com a minha neném Magali, que tinha três anos na época. Tive mais três filhos, todos cariocas, e sempre trouxe todos para fazer atividades no clube. Eles brincavam no parquinho, faziam natação e logo fui convidada para ser diretora do Fluminense. Tive muito apoio na época, com muito trabalho realizava desfiles de alta-costura, bailes de debutantes, festas juninas... O Fluminense acabou se tornando a minha segunda casa e é a minha grande paixão. Atualmente venho fazer hidroginástica, fisioterapia, venho aqui quase todos os dias – contou dona Edith, que ainda lembrou como Magali descobriu o atual nado sincronizado.
- Com uns 10 anos a Magali vinha para o parquinho infantil e fazia natação, logo ficou íntima de todos. Os anos passaram e ela começou a ajudar no balé aquático e até hoje está batalhando nisso.
Principal técnica do nado sincronizado do Fluminense, Magali participou de quatro Pan-Americanos, quatro Campeonatos Mundiais, dez Campeonatos Sul-Americanos, além das Olimpíadas de 1984 e 1988, sempre no comando das seleções brasileiras. Toda a sua experiência agora é passada para sua filha Twila, que há cerca de um ano trabalha ao seu lado.
- Eu viajava muito por causa das competições e a Twila odiava isso, nunca ia nem assistir e tudo aquilo afastava a gente. Ela resolveu entrar no nado só para ficar mais perto de mim e deu nisso tudo, passou da água para o meu lado e, hoje em dia, está trabalhando comigo diariamente. Nós combinamos muito, enxergamos os mesmos erros, nos mesmos momentos e usamos termos iguais. Agora ela se tornou uma excelente coreógrafa, divergimos em algumas coisas e isso está tornando nosso trabalho ainda mais rico. Tenho certeza absoluta que ela estará na Olimpíada de 2016 – disse Magali, emocionada.
Já Twila, que vem se dedicando exclusivamente ao nado sincronizado, revelou como sua vida mudou após conseguir a atenção de sua mãe.
- Depois de tudo ficamos juntas até demais. Hoje convivemos 24 horas por dia. Moramos na mesma casa e trabalhamos no mesmo lugar. Minha mãe é o meu braço direito, meu chão, quando ela pensa em desistir, estou do lado dela e dou todo o meu apoio e vice-versa. Vejo minha mãe e minha avó e já sei o que quero ser no futuro, quero ser como elas, mulheres batalhadoras.
O espírito de liderança da avó Edith, contagiou as gerações seguintes. – A mamãe sempre ensinou pata os filhos que a gente nunca podia desistir antes de tentar. Nada é fácil e o sabor é muito melhor quando as coisas são mais difíceis. Nunca nada caiu do céu para nossa família, tudo é fruto de muito trabalho. Acho que essa é uma característica de nós três.
Dona Edith, Magali e Twila Cremona irão se reunir com o restante da família neste domingo (08/05) em um restaurante em Ipanema, na zona sul da cidade, para comemorar mais um Dia das Mães.
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