Maranhense que adotou o bairro de Madureira no Rio, volante do Fluminense mantém os pés no chão para seguir crescendo
LANCEPRESS!
Rio de Janeiro (RJ)
Após os treinos, Rodrigo segue na direção contrária da maioria dos jogadores do Fluminense. O caminho das Laranjeiras, Zona Sul do Rio, até Madureira, no Subúrbio, não o deixa esquecer de onde veio. Quando chegou à cidade para atuar nas categorias de base do time do bairro, em 2007, aos 18 anos, foi a vizinhança quente e barulhenta que o acolheu, que não o deixou se sentir sozinho mesmo a mais de 3 mil quilômetros de casa, em São Luiz, no Maranhão.
- Tenho quatro anos de bairro, muita convivência, amigos que ainda jogam no Madureira e vizinhos. Estou feliz aqui. Gosto do bairro. Madureira me pegou de um jeito... - admitiu, aos risos.
Em frente ao condomínio onde mora, na Rua Conselheiro Galvão, o trem passa todos os dias e leva milhares de pessoas ao trabalho em busca de um futuro melhor. Com o futebol, o volante começa fazer o mesmo para a família. O mais novo dos três filhos de seu Nilton e dona Cleide sonha trazer os pais definitivamente para o Rio. Por enquanto, sua mãe ainda precisa se contentar com as visitas esporádicas ao caçula e ao Mercadão de Madureira.
- Quem adora o bairro é minha mãe. Quando ela vem para cá, vive mais no Mercadão do que aqui em casa. Ela se distrai, compra sempre alguma coisinha - lembrou.
No bairro que hospeda duas das mais tradicionais escolas de samba do Rio, o Império Serrano e a Portela, o volante surpreende ao dizer que nunca visitou nenhuma das quadras. Ainda no Maranhão, sempre foi fã de funk, em especial do Latino.
Rodrigo ainda não sabe se ficará no bairro em 2012. O fato é que Madureira já marcou sua vida. Assim que abriu as portas de casa para a reportagem do LANCENET!, mostrou uma foto sua pelo Tricolor Suburbano e suspirou:
- Bons tempos...
BATE-BOLA
- Rodrigo, exclusivo para o LANCENET!
1) Você estranhou deixar de ser titular e capitão do Madureira para brigar por vaga no Fluminense?
De início, foi estranho, mas eu já estava preparado para isso. Sou um cara que não se pode chamar de marrento. Minha família é humilde e me ensinou isso. Abel e Leomir me observaram muito. O treinador falou comigo duas ou três vezes e pediu tranquilidade que minha chance chegaria. Tenho muito a render e espero ajudar.
2) Você já consegue ajudar a sua família, que tanto o apoiou?
Procuro viver dentro de minhas limitações e ajudar a família. Quando posso, envio alguma coisa. Treino e jogo. Quando faço meu trabalho é em nome de Rodrigo e família. Há pessoas por trás que me ajudam muito. Quando chego em casa, vou dormir às duas horas da manhã conversando com meu pai.
3) Muito se fala dessa arrancada do Fluminense. Dá para prever até quando ela vai durar?
Futebol é complicado. Hoje estamos bem, mas o Corinthians já teve fase como essa, por exemplo. Temos de pensar no hoje e não mais à frente. Queremos vencer o Bahia. Depois, veremos até onde irá a nossa sequência no Brasileiro.
COM A PALAVRA
- Nilton Lindoso, pai de Rodrigo
Em primeiro lugar, tivemos muitas dificuldades. Não tinha ajuda de custo para ele receber e a nossa condição era mínima. Mas, como pai, sabia do seu potencial. Maranhão não dá muita oportunidade.
Existem muitos garotos por lá com potencial, mas pouco aproveitados. Elkeson é de lá, Bruno Tiago, do Botafogo, também.
Estamos felizes pelo objetivo alcançado de ser jogador, pois foi uma decisão difícil. Ele teve de deixar os estudos de lado.
DONTE: LANCENET!
DIVULGAÇÃO: Blog. Dudé Vieira.
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