União entre jogadores e técnico Abel Braga foi fundamental para virada do Tricolor (Foto: Paulo Sérgio)
Bruno Marinho e Marcelo Bertoldo
Rio de Janeiro (RJ)
Jogadores cabisbaixos, torcida e conselheiros pressionando a diretoria pela demissão do treinador, clube preocupado em não perder prematuramente as chances de Libertadores e de título no Campeonato Brasileiro. Esse era o cenário nada animador do Fluminense após a derrota para o Botafogo, na última rodada do primeiro turno, no dia 27 de julho.
O LANCENET! correu atrás para tentar desvendar o que aconteceu nos bastidores das Laranjeiras para o time emplacar as quatro vitórias seguidas que o colocaram definitivamente na briga pelas primeiras colocações. Uma das explicações encontradas foi uma reunião definitiva entre os líderes do elenco após a derrota para o Alvinegro.
No vestiário que cabe aos visitantes no Engenhão, o clima era péssimo. Fred, Edinho, Ricardo Berna, Rafael Sobis, Rafael Moura e Marquinho admitiram que a irregularidade do Fluminense começava a preocupar. A virada sofrida no clássico havia feito estragos.
- Nossa meta era mudar o quadro. Conversamos e vimos que nossas atuações não davam mais para continuar daquele jeito, depois da derrota para o Botafogo. Estávamos muito mal, era preocupante mesmo. Chegamos à conclusão de que precisávamos mostrar mais coisas, mudar nossa atitude dentro de campo - revelou Marquinho.
A união do grupo tricolor aumentou a partir daquele momento. A preleção e a roda dos jogadores antes de pegarem o São Paulo, no Morumbi, indicaram que algo diferente estava para acontecer.
- Aquela conversa dos jogadores foi muito especial, mexeu comigo. Quem viu só podia achar que o time conseguiria vencer - afirmou o vice de futebol, Sandro Lima.
A reação está começando. Ou o show, como a torcida tricolor gosta de cantar. Basta saber se vai dar conta de mais um título brasileiro.
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1) Como foi possível segurar um treinador que não conseguia obter os resultados que se precisava?
R: Nós sabíamos que alguma hora tudo ia mudar. Nós sabemos que o trabalho é bem feito. Era questão de tempo para dar certo. O torcedor sempre quer a vitória, mas nós temos de ter equilíbrio para administrar as coisas bem por dentro.
2) Qual foi o comportamento do Abel em relação ao grupo que o fez ser abraçado pelos jogadores?
R: Ele realizou um trabalho de motivação muito sincero com os jogadores. Isso é importante falar. Ele sempre dividiu os méritos e as responsabilidades com todo mundo.
3) E ele próprio não se abalou quando tomou um golpe atrás do outro?
R: Houve uma derrota na qual ele disse que sofria mais do que todo mundo porque é tricolor. Percebemos que ele estava realmente angustiado.
4) Qual foi a resposta do grupo durante a fase mais turbulenta?
R: Há jogadores que sentem mais a derrota. Uns ficam mais quietos, outros ficam muito mal. Falei para eles que aqui não seria assim, com esse clima de velório. Mas este grupo não ia se contentar com isso.
5) Qual a importância do Abel para os problemas de dentro do clube?
R: O Abel é um cara que escuta todo mundo. A questão do gramado das Laranjeiras, ele teve participação direta, passou a missão para nós.
Abel teve cabeça pedida à diretoria
Além do pacto entre os jogadores, a paciência da diretoria foi fundamental para a recuperação do Fluminense no Brasileiro. Nas redes sociais, no blog Social Tricolor, do LANCENET! e na caixa de e-mails do departamento de futebol, o que mais se via era torcedor pedindo a cabeça de Abel Braga.
Donos de vozes que ecoam em clubes que não possuem um centro de treinamento, conselheiros e sócios que frequentam as Laranjeiras também reivindicavam mudanças no comando do time tricolor.
- Tínhamos a convicção de que o trabalho estava sendo bem feito. Por parte de todos. Uma hora os resultados apareceriam. O torcedor não tem paciência, mas acreditávamos no que estava sendo feito - disse o gerente de futebol, Marcelo Teixeira.
Outro episódio envolvendo o treinador deu mais força ao Fluminense. O vazamento da notícia de que Abelão havia sido procurado para comandar a seleção dos Emirados Árabes preocupou o grupo, revelou Marquinho. Os jogadores se reapresentaram tensos, mas a conversa com o treinador os tranquilizou. Mais importante: trouxe o elenco para mais perto do técnico:
- A união aumentou. Abel é o nosso comandante e mostrou que não vai nos deixar na mão. Isso nos motiva para fazer nosso trabalho.
FONTE: LANCENET!
DIVULGAÇÃO: Blog. Dudé Vieira.
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